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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Vírus Ebola


O Ebola é um vírus que, provavelmente, tenha se originado no Zaire e no Sudão em 1976. Mata suas vítimas em poucos dias. Na primeira fase da doença, os sintomas lembram os da malária, mas por volta do quarto dia o quadro já é considerado crítico: febre alta, hemorragia generalizada espontânea, fezes sanguinolentas e vômitos com jatos de sangue. Surgem várias feridas que se espalham pelo corpo rapidamente. A vítima morre por volta do nono dia. No Zaire, o índice de mortalidade chega a 90% das pessoas infectadas.

A febre hemorrágica ebola (FHE) é uma doença infecciosa grave muito rara, frequentemente fatal, causada pelo vírus ebola. Ao contrário dos relatos de ficção é apenas moderadamente contagioso. Ele foi identificado pela primeira vez em 1976 no antigo Zaire (atual República Democrática do Congo), perto do rio Ébola, e acabou servindo de nome para o vírus.

História

O ebola foi primeiramente descoberto em 1976 por uma equipe comandada por Guido Van Der Groen, chefe do laboratório de Microbiologia do Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia, na Bélgica.

Desde a sua descoberta, diferentes estirpes do Ebola causaram epidemias com 50 a 90% de mortalidade na República Democrática do Congo, Gabão, Uganda e Sudão. A segunda epidemia ocorreu em 1979, quando 90% das vítimas morreram. Em maio de 1995, a cidade de Mesengo, a cem quilômetros de Kikwit, no Zaire, foi atingida pelo vírus, que matou mais de cem pessoas. Há suspeitas de casos no Congo e no Sudão. O primeiro desse tipo de vírus apareceu em 1967, foi o Marburg, a partir de células dos rins de macacos verdes de Uganda.

O Vírus

O ebolavirus é um filovírus (o outro membro desta família é o vírus Marburg), com forma filamentosa, com 14 micrômetros de comprimento e 80 nanômetros de diâmetro. O seu genoma é de RNA fita simples de sentido negativo (é complementar à fita codificante). O genoma é protegido por capsídeo, é envelopado e codifica sete proteínas.

Há três estirpes: Ebola–Zaire (EBO–Z), Ebola–Sudão (EBO–S) com mortalidades de 83% e 54% respectivamente. A estirpe Ebola–Reston foi descoberta em 1989 em macacos Macaca fascicularis importados das Filipinas para os EUA tendo infectado alguns tratadores por via respiratória. O período de incubação do vírus ebola dura de 5 a 7 dias se a transmissão for parenteral e de 6 a 12 dias se a transmissão foi de pessoa a pessoa. O início dos sintomas é súbito com febre alta, calafrios, dor de cabeça, anorexia, náusea, dor abdominal, dor de garganta e prostração profunda. Em alguns casos, entre o quinto e o sétimo dia de doença, aparece exantema de tronco, anunciando manifestações hemorrágicas: conjuntivite hemorrágica, úlceras sangrentas em lábios e boca, sangramento gengival, hematemese (vômito com presença de sangue) e melena (hemorragia intestinal, em que as fezes apresentam sangue). Nas epidemias observadas, todos os casos com forma hemorrágica evoluíram para morte. Nos períodos epidêmicos e de surtos, a taxa de letalidade variou de 50 a 90%. Seu contágio pode ser por via respiratória, ou contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada.

Epidemiologia

O vírus é denominado pelo nome de um rio na República Democrática do Congo (antigo Zaire), o Rio Ebola, onde tem havido vários casos. Nunca houve casos humanos fora de África, mas já houve casos em macacos importados nos Estados Unidos e Itália. Os casos identificados desde 1976 são apenas 1500, dos quais cerca de mil resultaram em morte. Não foi ainda identificado o reservatório animal do vírus.

O ebola, como os outros vírus, adere à célula do hospedeiro, onde entra ou apenas injeta seu material genético, o genoma. Este usa a estrutura da célula para se reproduzir e cada nova cópia do genoma obriga a célula a fazer o invólucro de proteína. Os novos vírus deixam a célula do hospedeiro com capacidade de infectar outras células.

Até há alguns anos o pessoal médico era aconselhado, mais por ignorância e cautela do que por ciência, a usar equipamentos especiais de proteção (como fatos e tendas de vácuo) quando lidava com doentes de ebola. No entanto, hoje se sabe que o vírus Ebola não é realmente altamente contagioso, ao contrário do que diz muita ficção em circulação no ocidente.

Ele é transmitido apenas pelo contato direto, e as populações afetadas são infectadas em alto número devido à cultura de grande parte das aldeias africanas, onde é usual a família lavar o corpo dos mortos manualmente antes do enterro. O ebola não pode infectar outras pessoas pelo ar, só é contagioso pelo contato direto com secreções e sangue. Hoje o pessoal médico é aconselhado apenas a usar luvas de látex e filtro respiratório.

Devido a isso é praticamente impossível haver uma epidemia em larga escala de ebola nos países ocidentais, pois a higiene bloquearia qualquer expansão de casos. No entanto, o risco para o pessoal médico e laboratorial, se não forem observadas as regras de higiene, é considerável.

Progressão e sintomas

A infecção pelo vírus ebola produz febre hemorrágica. A incubação pode durar de 5 a 12 dias. O vírus multiplica-se nas células do fígado, baço, pulmão e tecido linfático onde causa danos significativos. A lise (destruição) das células endoteliais dos vasos sanguíneos leva às tromboses e depois hemorragias.

Os primeiros sintomas são inespecíficos como febre alta, dores de cabeça, falta de apetite, e conjuntivite (inflamação da mucosa do olho). Alguns dias mais tarde surge diarreia, náuseas e vômitos (por vezes com sangue), seguidos de sintomas de insuficiência hepática, renal e distúrbios cerebrais com alterações do comportamento devido à coagulação intravascular disseminada com enfartes nos órgãos. O estágio final é devido ao esgotamento dos fatores sanguíneos da coagulação, resultando em hemorragias extensas internas, edema generalizado e morte por choque hemorrágico. As fezes são geralmente pretas devido às hemorragias gastrointestinais e poderá haver ou não sangramento do nariz, ânus, boca e olhos. Dependendo da sua estirpe, há casos de hemorragias na derme, ocasionando o sangramento pelos poros do corpo. A morte surge de 1 dia á duas semanas após o inicio dos sintomas.

A taxa de mortalidade da doença e o tempo para o falecimento de uma pessoa, depende da estirpe do vírus e do estado de saúde das populações afetadas, podendo variar entre 50% e 90%.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito pela observação direta do vírus com microscópio eletrônico em amostra sanguínea ou por detecção com imunofluorescência de antigênios.

Não há vacina, cura, nem tratamentos eficazes. Os doentes devem ser postos em quarentena e os familiares devem ser impedidos de ter qualquer forma de contato com o doente, ou mesmo de tocar o corpo após o falecimento. Devem ser administrados cuidados básicos de suporte vital como restabelecimento de eletrólitos e fluidos perdidos, além de possíveis tratamentos paliativos.

Literatura

Esta é uma procura de artigos científicos sobre o ebola. Existem ainda vários livros populares sobre o assunto, quase sempre com base científica, mas romanceados, entre eles:

  • "Zona Quente" (nome original "The Hot Zone") de Richard M. Preston (que serviu de base, embora não de script, para o filme "Outbreak");
  • "Vírus" de Robin Cook;
  • "Ebola" de Willian T. Close.
Fonte: Wikipédia

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