Localizado numa área de um quilômetro quadrado de rocha calcária, do período paleolítico, o Lajedo de Soledade quase foi destruído pelos produtores de cal da região. Mas a intervenção de geólogos da Petrobras e dos próprios moradores do distrito do Lajedo, no início da década de 90, acabou salvando este sítio.
No lajedo, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte encontraram fósseis de animais pré-histórico, como o bicho-preguiça e tatus gigantes, mastodontes e tigres-de-dente-desabre que viviam no Nordeste no período Glacial, além de pinturas rupestres.
São vários os painéis dessas pinturas ainda preservadas que se encontram no leito de um rio seco, que podem ser observadas em visitas acompanhadas por guias. Segundo pesquisadores, os desenhos dessas pinturas teriam sido feitos por índios que habitavam essa região no período pré-histórico.
A área do lajedo está situado a menos de 300 metros da vila de casas dos moradores desse distrito, que fica a 6 km da margem direita da BR-405, que liga Mossoró a Apodi. O acesso é por estrada asfaltada até o distrito.
Segundo os geólogos da Petrobras, que na década de 90 ajudaram a população a criar a Fundação Amigos do Lajedo de Soledade (FALS) e a instalar o Museu e o Centro de Atividades do Lajedo (CAL), há 90 milhões de anos, toda a área era coberta por um mar raso que, ao recuar, relevou uma grande extensão de rocha calcária.
O lajedo é constituído por uma área de rocha calcária que sofreu a erosão da água das chuvas, abrindo um mini cânion com cavernas e fendas onde estão gravadas as pinturas rupestres, representando figuras de espécies que seriam araras, papagaios, garças, lagartos e formas geométricas.
O Museu
O Museu do Lajedo de Soledade fica na vila e pode ser visitado de terças a domingo, das 7 às 12 horas e das 14 às 17 horas. A entrada custa R$ 2,00. Para visitar o Lajedo, o melhor é se dirigir ao museu e acertar com o guia um preço.
O acervo do museu é composto por painéis fotográficos, maquetes e utensílios de pedras usados pelos índios que habitavam a região. Na lojinha do museu estão a venda camisetas com as inscrições rupestres e peças em argilas confeccionadas pelos artesãos do CAL.
Na década de 90, a Petrobras realizou uma parceria com a comunidade do Lajedo de Soledade para preservação desse sitio arqueológico, treinando guias-mirins, delimitando áreas, criando trilhas e construindo um centro de pesquisa e visitação.
A estatal também investiu na melhoria da infra-estrutura do distrito de Lajedo de Soledade, instalando um sistema de água e criando o Centro de Atividade do Lajedo, onde foram realizados cursos para produção de peças de artesanato e cursos de capacitação em gestão de produção e vendas dos produtos fabricados ali.
Atualmente, a Petrobras, que explora petróleo em terra na região de Apodi, não tem mais realizado ações na comunidade.
O CAL hoje tem cerca de 25 artesãos que produzem peças em palhas e argila para vender para os turistas que visitam o Lajedo.
APODI
Ainda no município de Apodi, tem a gruta do Roncador, com 480 metros de extensão, que no site da Sociedade Brasileira de Espeleologia consta como a maior do Rio Grande do Norte. Sua visitação é indicada mais para os espeleologistas, que são cientistas ou mesmo aventureiros que pesquisam e exploram cavernas.
A 18 km do centro de Apodi, tem a Barragem de Santa Cruz, o segundo maior reservatório de água do Estado, com 600 milhões de metros cúbicos. No inverno, principalmente entre os meses de abril e junho, quando as chuvas são generosas no Estado, como nos anos de 2008 e 2009, a barragem “sangrou” para a alegria dos moradores, tornando-se um atrativo turístico.
Fonte: Natal on-line
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