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 |      |   O sistema linfático é uma rede complexa de órgãos linfóides,  linfonodos, ductos linfáticos, tecidos linfáticos, capilares linfáticos e  vasos linfáticos que produzem e transportam o fluido linfático (linfa)  dos tecidos para o sistema circulatório, ou seja, é constituído por uma  vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se  distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não  retornou aos capilares sangüíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à  circulação sangüínea. O sistema linfático também é um importante  componente do sistema imunológico, pois colabora com glóbulos brancos  para proteção contra bactérias e vírus invasores. O estudo do sistema  linfático na sala de dissecação não é muito satisfatória porque a  tenuidade das paredes dos vasos e seu pequeno tamanho fazem com que  sejam indistinguíveis dos tecidos vizinhos.   | 
 |  |  A maior parte da informação sobre o sistema linfático tem sido  obtida por estudos em laboratórios, com injeção de massa corada dentro  de vasos muito pequenos. A injeção em grandes vasos não apresenta  resultado satisfatório para estudo do sistema linfático devido a  presença de numerosas válvulas.
 
 Possui três funções interrelacionadas:
 
 
  Remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais; 
 
  Absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório; 
 
  Produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos conhecidas como plasmócitos). 
 Os vasos linfáticos têm a função de drenar o excesso de líquido  que sai do sangue e banha as células. Esse excesso de líquido, que  circula nos vasos linfáticos e é devolvido ao sangue, chama-se linfa.
 
 A linfa é um líquido transparente, esbranquiçado  (algumas vezes amarelado ou rosado), alcalino e de sabor salgado, que  circula pelos vasos linfáticos. Cerca de 2/3 de toda a linfa derivam do  fígado e do intestino. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não  possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são  linfócitos. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de  glóbulos brancos. A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em  sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (também conhecidos como  nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem, é lançada  no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas.
 
 Circulação Linfática
 
 A circulação linfática é responsável pela absorção de detritos e  macromoléculas que as células produzem durante seu metabolismo, ou que  não conseguem ser captadas pelo sistema sanguíneo.
 
 O sistema linfático coleta a linfa, por difusão, através dos  capilares linfáticos, e a conduz para dentro do sistema linfático. Uma  vez dentro do sistema, o fluido é chamado de linfa, e tem sempre a mesma  composição do que o fluido intersticial.
 
 
  
 A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações  dos músculos, da pulsação das artérias próximas e do movimento das  extremidades. Todos os vasos linfáticos têm válvulas unidirecionadas que  impedem o refluxo, como no sistema venoso da circulação sanguínea. Se  um vaso sofre uma obstrução, o líquido se acumula na zona afetada,  produzindo-se um inchaço denominado edema.
 
 Pode conter microorganismos que, ao passar pelo filtros dos  linfonodos (gânglios linfáticos) e baço são eliminados. Por isso,  durante certas infecções pode-se sentir dor e inchaço nos gânglios  linfáticos do pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente como  "íngua".
 
 O Sistema Linfático Humano
 
 
   |   Ao contrário do sangue, que é impulsionado através dos vasos pela  força do coração, o sistema linfático não é um sistema fechado e não tem  uma bomba central. A linfa depende exclusivamente da ação de agentes  externos para poder circular. A linfa move-se lentamente e sob baixa  pressão devido principalmente à compressão provocada pelos movimentos  dos músculos esqueléticos que pressiona o fluido através dele. A  contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda o fluido através  dos capilares linfáticos. Este fluido é então transportado  progressivamente para vasos linfáticos maiores acumulando-se no ducto  linfático direito (para a linfa da parte direita superior do corpo) e no  duto torácico (para o resto do corpo); estes ductos desembocam no  sistema circulatório na veia subclávia esquerda e direita.   | 
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 Ducto Linfático Direito
 
 Esse ducto corre ao longo da borda medial do músculo escaleno  anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia  direita com a veia jugular interna direita. Seu orifício é guarnecido  por duas válvulas semilunares, que evitam a passagem de sangue venoso  para o ducto. Esse ducto conduz a linfa para circulação sangüínea nas  seguintes regiões do corpo: lado direito da cabeça, do pescoço e do  tórax, do membro superior direito, do pulmão direito, do lado direito do  coração e da face diafragmática do fígado.
 
 Ducto Torácico
 
 Conduz a linfa da maior parte do corpo para o sangue. É o  tronco comum a todos os vasos linfáticos, exceto os vasos sitados acima  (ducto linfático direito). Se estende da segunda vértebra lombar para a  base do pescoço. Ele começa no abdome por uma dilatação, a cisterna do quilo,  entra no tórax através do hiato aórtico do diafragma e sobe entre a  aorta e a veia ázigos. Termina por desembocar no ângulo formado pela  junção da veia subclávia esquerda com a veia jugular interna esquerda.
 
 
 
 
  Baço: |   Órgãos Linfáticos:
 
 O baço, os linfonódos (nódulos linfáticos), as tonsilas  palatinas (amígdalas), a tonsila faríngea (adenóides) e o timo (tecido  conjuntivo reticular linfóide rico em linfócitos) são órgãos do sistema  linfático. Alguns autores consideram a medula óssea pertencente ao  sistema sistema linfático por produzirem os linfócitos. Estes órgãos  contém uma armação que suporta a circulação dos linfócitos A e B e  outras células imunológicas tais como os macrófagos e células  dendríticas. Quando micro-organismos invadem o corpo ou o mesmo encontra  outro antígeno (tal como o pólen), os antígenos são transportados do  tecido para a linfa. A linfa é conduzida pelos vasos linfáticos para o  linfonodo regional. No linfonodo, os macrófagos e células dendríticas  fagocitam os antígenos, processando-os, e apresentando os antígenos para  os linfócitos, os quais podem então iniciar a produção de anticorpos ou  servir como células de memória para reconhecer o antígeno novamente no  futuro.
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 O baço está situado na região do hipocôndrio esquerdo, porém  sua extremidade cranial se estende na região epigástrica. Ele está  situado entre o fundo do estômago e o diafragma. Ele é mole, de  consistência muito friável, altamente vascularizado e de uma coloração  púrpura escura. O tamanho e peso do baço varia muito, no adulto tem  cerca de 12cm de comprimento, 7cm de largura e 3cm de espessura.
 
 O baço é um órgão linfóide apesar de não filtrar linfa, ou  seja, é um órgão excluído da circulação linfática porém interposto na  circulação sangüínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente,  pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, através da  fagocitose, destroem micróbios, restos de tecidos, substâncias  estranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como  eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o  sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço  também tem participação na resposta imune, reagindo a agentes  infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande  nódulo linfático.
 
 
     | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
     | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  Suas principais funções são as de reserva de sangue, para o  caso de uma hemorragia intensa, destruição dos glóbulos vermelhos do  sangue e preparação de uma nova hemoglobina a partir do ferro liberado  da destruição dos glóbulos vermelhos.
 
 
   |   Linfonódos (Nódulos Linfáticos): 
 São pequenos órgãos em forma de feijões localizados ao longo do  canal do sistema linfático. São os órgãos linfáticos mais numerosos do  organismo. Armazenam células brancas (linfócitos) que tem efeito  bactericida, ou seja, são células que combatem infecções e doenças.  Quando ocorre uma infecção, podem aumentar de tamanho e ficar doloridos  enquanto estão reagindo aos microorganismos invasores. Eles também  liberam os linfócitos para a corrente sanguínea. Possuem estrutura e  função muito semelhantes às do baço. Distribuem-se em cadeias  ganglionares (ex: cervicais, axilares, inguinais etc). O termo popular  “íngua” refere-se ao aparecimento de um nódulo doloroso.
 
 Os linfonódos tendem a se aglomerar em grupos (axilas, pescoço e  virilha). Quando uma parte do corpo fica infeccionada ou inflamada, os  linfonodos mais próximos se tornam dilatados e sensíveis. Existem cerca  de 400 glânglios no homem, dos quais 160, encontram-se na região do  pescoço.
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  Macrófagos:  Eles tem capacidade de fagocitose, podendo ingerir até 100 bactérias  antes deles mesmos morrerem, o que os tornam também, importantes na  eliminação de tecidos necrosados. 
 
  Linfócitos:  Um tipo de glóbulo branco do sangue. 99% dos glóbulos brancos presentes  na linfa são linfócitos. Produzem anticorpos para defender o organismo  de infecções. Tal como outros tipos de células sangüíneas, os linfócitos  se desenvolvem na medula óssea e se deslocam no sistema linfático. 
 Há dois tipos principais de linfócitos:
 
 
  Células T  -  Eles começam a viver como células imaturas chamadas de  células-tronco. Ainda na infância, alguns linfócitos migram para o timo,  onde amadurecem e se transformam em células T. Em condições normais,  a  maioria dos linfócitos em circulação no corpo são células T.  Sua  função é a de reconhecer e destruir células anormais do corpo (por  exemplo, as células infectadas por vírus). Os linfócitos T aprendem como  diferenciar o que é próprio do organismo do que não é ainda no timo. Os  linfócitos T maduros deixam o timo e entram no sistema linfático, onde  eles atuam como parte do sistema imune de vigilância. 
 
  Células B  - Permanecem na medula óssea e amadurecem transformando-se em células  B. As células B reconhecem células e materiais ‘estranhos’ (como  bactérias que invadiram o corpo). Quando essas células entram em contato  com uma proteína estranha (por exemplo, na superfície das bactérias),  elas produzem anticorpos que ‘aderem’ à superfície da célula estranha e  provocam sua destruição. Derivados de uma célula-tronco (célula-mãe) da  medula óssea e amadurecem até transformarem-se em plasmócitos, os quais  secretam anticorpos. 
 Ambos linfócitos T e B desempenham papel importante no  reconhecimento e destruição de organismos infecciosos como bactérias e  vírus. As células assassinas naturais, discretamente maiores que os  linfócitos T e B, são assim denominadas por matarem determinados  micróbios e células cancerosas. O “natural” de seu nome indica que elas  estão prontas para destruir uma variedade de células-alvo assim que são  formadas, em vez de exigirem a maturação e o processo educativo que os  linfócitos B e T necessitam. As células assassinas naturais também  produzem algumas citocinas, substâncias mensageiras que regulam algumas  das funções dos linfócitos T, dos linfócitos B e dos macrófagos.
 
 
   |   Tonsilas Palatinas (Amígdalas): 
 A tonsila palatina encontra-se na parede lateral da parte oral da faringe, entre os dois arcos palatinos. Produzem linfócitos.
 
 Tonsila Faríngea (Adenóides):
 
 É uma saliência produzida por tecido linfático encontrada na  parede posterior da parte nasal da faringe. Esta, durante a infância, em  geral se hipertrofia em uma massa considerável conhecida como adenóide.
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   |   Timo:
 O timo de uma criança é um órgão proeminente na porção anterior  do mediastino superior, enquanto o timo de adulto de idade avançada mal  pode ser reconhecido, devido as alterações atróficas. Durante seu  período de crescimento ele se aproxima muito de uma glândula, quanto ao  aspecto e estrutura.
 
 O timo consiste de dois lobos laterais mantidos em estreito  contato por meio de tecido conjuntivo, o qual também forma uma cápsula  distinta para o órgão todo. Ele situa-se parcialmente no tórax e no  pescoço, estendendo-se desde a quarta cartilagem costal até o bordo  inferior da glândula tireóidea. Os dois lobos geralmente variam em  tamanho e forma, o direito geralmente se sobrepõe ao esquerdo. Ele  apresenta uma coloração cinzenta rosada, mole e lobulado, medindo  aproximadamente 5cm de comprimento, 4cm de largura e 6mm de espessura.
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 |  |  Considerado um órgão linfático por ser composto por um grande  número de linfócitos e por sua única função conhecida que é de produzir  linfócitos. Órgão linfático mais desenvolvido no período prenatal,  involui desde o nascimento até a puberdade.
 
 
 
 
   | Linfonodos Superficiais e Vasos Linfáticos da Cabeça e do Pescoço |      | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
 
   | Vasos Linfáticos e Linfonodos da Faringe |      | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
 
   | Vasos Linfáticos e Linfonodos da Glândula Mamária |      | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
 
   | Vasos Linfáticos e Linfonodos do Membro Superior |      | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
 
   | Vasos Linfáticos e Linfonodos da Parede Abdominal Posterior |      | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
 
   | Vasos Linfáticos e Linfonodos do Períneo e Região Inguinal |      | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
 
   | Vasos Linfáticos e Linfonodos do Membro Inferior |      | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
 
   | Vasos Linfáticos e Linfonodos da Região Poplítea |      | Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. |  
 
 
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